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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Observação

No texto da Cipa está a palavra "rimalina", entre aspas porque assim foi falado.
O correto é remalina que são as faixas laterais perfuradas dos formulários contínuos, que servem para prender o papel no mecanismo de alimentação das impressoras.

CIPA – Em fevereiro o tema principal é a LER/DORT

Em fevereiro, 28, comemora-se o Dia Mundial de Combate e Prevenção à L.E.R (Lesão por Esforço Repetitivo) e D.O.R.T (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho).

Por esse motivo, fevereiro foi escolhido pela CIPA para alertar todos os trabalhadores do Badesc com relação a esta doença, eleita pelo INSS como uma das maiores razões de afastamento e incapacidade para o trabalho, atingindo sobremaneira os bancários.

Dentre as doenças que são classificadas como LER/DORT, segundo o Ministério da Saúde, existem: tenossinovites, tendinites, epicondilites, bursites, miosites ou síndrome mofascial, síndrome do túnel do carpo, síndrome cervicobraquial, síndrome desfiladeiro torácico, síndrome do ombro doloroso, doença de quervain, cisto sinovial. As tendinites e tenossinovites são as mais conhecidas, sendo que sua incidência maior está nos membros superiores, particularmente nos punhos.

Dependendo do estágio de adiantamento da doença, a LER/DORT pode ser praticamente irreversível. Em outras palavras, a pessoa fica incapacitada para o resto da vida, o que tem chamado a atenção da área da saúde por ser uma enfermidade altamente incapacitante.
Pela importância e gravidade do assunto, a CIPA buscou formas eficientes para alertar e principalmente informar todos os colaboradores do Badesc para que, juntos, possam ter maior preocupação com o seu ambiente de trabalho, postura, ergonomia e ginástica laboral. Muitas ações, até o fim deste mês e também ao longo do ano, terão estes focos, em que a participação de todos é fundamental.
A conscientização dos empregados sobre a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento é o remédio mais eficiente para acabar com esta doença, antes que ela se torne irreversível.
A realidade da LER/DORT não é tão distante de nós, como a princípio parece ser. Há uma funcionária, Sra. Salete Ferreira Soares Izidoro, afastada de suas atividades laborais há dois anos, que ingressou nos quadros do Badesc em 1985. Gentilmente, ela cedeu a entrevista à Vice-Presidente da CIPA,  Lizete Pinheiro, em 16/02/2012, na sede do Badesc, transcrita a seguir, na esperança que os que agora estão em sua plena capacidade laboral possam ter consciência de que é uma doença silenciosa, de progressão lenta, capaz de ser combatida com atitudes simples e disciplina.
A emoção foi intensa em muitos momentos da entrevista, o que pode ser facilmente sentido pelos leitores. 

Emocione-se também, agora.

CIPA: Salete, conte-nos um pouco de sua história profissional no Badesc .

Salete: Era estagiária do BESC, microfilmagem. Vim transferida em 1985 para estagiar no arquivo do Badesc e fui admitida nos quadros da Instituição em 1986.

Já no arquivo, tive meu primeiro acidente de trabalho, pois se tratavam de gavetas de aço, cheias de processos operacionais e uma vez quebrei um dedo.

Permaneci no arquivo durante aproximadamente sete anos, sendo transferida para a Gerência Financeira para cuidar da inserção dos pagamentos de todos os boletos no sistema, diariamente, haja vista que não era um procedimento automatizado. Lembro que eram os antigos MFA’s, equipamentos sem mouse, apenas com teclado.

Além disso, todo fim de mês era copiado um relatório para as Regionais, separados manualmente folha por folha excluindo o carbono e a ‘rimalina’ (pausa para risos). Quem é novo vai ter que pesquisar, quem é antigo vai se arrepiar em lembrar!

A digitação/datilograia sempre foi intensa e repetitiva. Não tínhamos apoio para os pés, braços, cadeiras nem mesas adequadas.

Eu costumava colocar até duas resmas de papel embaixo do meu monitor, porque sempre sentia muita dor na coluna cervical.

Em 2003, fui transferida para a Gerência de Contabilidade, e já estávamos nesta casa onde hoje é a sede do Badesc. Os móveis eram melhores, já existiam os apoios, mas o estrago já estava feito. Eu trabalhei muitas vezes com gelo colocado nas articulações dos braços para aguentar a dor, fazia acupuntura e fisioterapia para as infiltrações, e vinha trabalhar.


CIPA: Quando começaram a aparecer os primeiros alertas de LER/DORT? Quanto tempo demorou para procurar tratamento? 

Salete: As dores começaram mais frequentes na Gerência Financeira e como todo mundo, procurava aguentar até onde dava. Quando a dor piorava, ia na emergência de clínicas de ortopedia. Lá, tiravam radiografia, receitavam anti-inflamatórios, concediam três dias de licença e, em seguida, voltava a trabalhar.

Em 22.07.2005, o Dr. Jorge Luiz Tramujas, nosso médico do trabalho, solicitou uma ultrassonografia e aí, depois do resultado, me aconselhou a buscar um especilista, pois no cotovelo esquerdo havia tendinopatia dos extensores e flexores do antebraço com sinais de agudinação, além de cisto gangliônico anterior.

Daí para frente, já operei os dois cotovelos e estou em vias de operar a mão direita, em razão da existência de túnel do carpo e tendinopatia flexora do indicador.
 

CIPA: Quais as principais dificuldades no cotidiano passadas por quem sofre de LER/DORT?

Salete: Antes, eu vinha trabalhar no Badesc, agora eu não posso (choro).
     Em casa, as pessoas precisam varrer, esfregar, passar roupa.
     Eu era artesã e agora não faço mais nada (choro).



CIPA: Se pudesse voltar no tempo, que tipo de atitudes preventivas tomaria?


Salete: Trataria com especialista desde a primeira dor, porque agora meus ombros, coluna cervical e lombar também estão comprometidos.

Faria atividade física diariamente, lutaria mais por meus direitos no trabalho e cuidaria mais de mim.



CIPA: Pode sugerir algum conselho aos que estão hoje com sua capacidade de trabalho total, embora exposto aos riscos de LER/DORT?

Salete: Ainda bem que a mentalidade hoje no Badesc mudou. Existe um pouco mais de respeito pelo bem estar do servidor.

Por exemplo, todas as cadeiras foram mudadas em 2001, mas a vida útil delas já acabou há muito tempo. Tem muitas quebradas, tortas e para a coluna isso é péssimo. Precisa mudar!

Precisa colocar uma elevação embaixo dos monitores. É preciso se unir para lutar não só pelo dinheiro ou cargo de cada um, mas pelo bem estar de todos!



CIPA: Você acha importante a Instituição manter contato com os funcionários afastados para acompanhar a evolução de seu tratamento?


Salete: Quando o servidor se afasta por problemas de saúde, inicialmente ele precisa lidar com sua consciência, que o incomoda pelo fato de deixar o trabalho por fazer, e o ‘chefe’, juntamente com os colegas e a Instituição, na mão.

Se o afastamento é como o meu, por exemplo, longo, a depressão logo se aloja porque o meu cotidiano foi totalmente rompido. Deixei de poder fazer tudo o que fazia e gostava de fazer, mas a vida dos que estão à minha volta, continua.

O sentimento de que não tenho importância, como servidora do Badesc, é constante e ficou uma mágoa em mim, até porque em todo o lugar existem os mal informados que acreditam que possa haver uma ‘combinação’ entre os médicos e o empregado durante dois anos para que este não tenha que trabalhar.

O acompanhamento da evolução do servidor afastado, além de um ato humanitário e carinhoso, deveria ser uma das rotinas da área de Recursos Humanos.



CIPA: Para quem se afasta por problemas de saúde, os procedimentos internos formais estão claros para serem seguidos?
 

Salete: Como já havia dito anteriormente, estou no Badesc há mais ou menos vinte e seis anos e, ainda tinha dúvidas quando aos procedimentos internos relativos ao afastamento por doença. É importante que o nosso RH crie e divulgue amplamente um fluxograma sobre a questão: Quem procurar? Quando? Após que período? O que compete ao RH, à FUSESC e ao INSS?



CIPA: Como tudo isto a afetou profissional e em família?

Salete: ‘Eu me sinto uma inútil!!!’ (choro)...

Quando eu descobri, foram muitos os sintomas ao mesmo tempo. Se eu não me tratar, não me cuidar, vou me transformar numa inválida.

Texto: Isabela e Lizete (Cipa)







... em ritmo de espera.

Pricilla Mafra,Caroline Espíndola e Janayna Fermino

Badesc na mídia





Revista Voto
Política, cultura e negócios
Edição Fevereiro 2012

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Cipa visitará todas as Gerências Regionais

As representantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – Cipa, Lizete Pinheiro e Isabela Scussel Rosa foram recebidas hoje, 13.02, pelo gerente regional Frederico Laureano, onde derem início aos trabalhos de aproximação e integração com as Geren’s, com o propósito de incluí-las no Plano de Ação 2012.

Foram apresentadas as diretrizes da nova gestão que incluem mapear as particularidades com relação à segurança, saúde e qualidade de vidas dos funcionários lotados em todas as regionais.

Neste encontro, discutiu-se  assuntos correlatos, sanando dúvidas e angariando sugestões para a inclusão das realidades da regional de Florianópolis ao conjunto de ações da Cipa para ente ano.

A comissão lembra que seu objetivo é fazer com que empregados e empregadores juntos trabalhem na tarefa de prevenir acidentes e melhorar a qualidade do ambiente de trabalho, de modo a tornar compatível o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

Entrevista com Nelson Santiago - Hoje na TV COM - Programa Conversas Cruzadas

    Há 10 anos no ar, o programa Conversas Cruzadas é apresentado pelo jornalista Renato Igor e debate temas polêmicos, atuais e de interesse da comunidade. Entrevistados e formadores de opinião repercutem assuntos estaduais e acionais e o convidado desta semana é Nelson Santiago, o nosso presidente.
    O programa vai ao ar de segunda à sexta ao vivo às 22h, com reprise de terça à sexta às 12h, e sábados às 10h.