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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Na Mídia: Badesc mira empresas que não têm BNDES

Agência catarinense aposta em recursos próprios para incentivar setores não atendidos pelo maior banco de fomento do país
Por Pedro Pereira  (Revista Amanhã)

Até o ano passado, a maioria dos valores financiados pela Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina era destinada a órgãos públicos. A partir de uma mudança de estratégia, esse cenário mudou, e hoje já há um equilíbrio entre os recursos concedidos ao setor público e à iniciativa privada. “Apesar de ser um excelente negócio emprestar para as prefeituras, queríamos incrementar participação no setor privado porque entendemos que é nosso papel como agência de fomento”, lembra Nelson Santiago, presidente do Badesc.

Santiago ressalta, no entanto, que não se trata de investir menos na esfera pública. Pelo contrário: recentemente, o governo catarinense garantiu a injeção de mais R$ 100 milhões no capital da agência – com destinação prioritária a prefeituras.

Além do montante oriundo dos cofres catarinenses, Santiago lembra que a agência dispõe de um limite de crédito que ultrapassa R$ 1 bilhão junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). “Hoje, aplicamos cerca de R$ 400 milhões em Santa Catarina. Temos uma margem grande para aplicar na nossa economia nos próximos anos”, comemora.

Embora os investidores privados bebam quase que exclusivamente da fonte de recursos do BNDES, ainda há setores não contemplados por linhas de crédito do maior banco de fomento do país. Para ocupar este espaço, o Badesc lança mão de recursos próprios. “O BNDES tem linhas de capital de giro somente para a indústria. Nós temos também para comércio e serviços”, explica. Ele cita como exemplo o fato de o BNDES não financiar a aquisição de imóveis já edificados, como uma loja ou um galpão.

“Temos recurso abundante para praticamente todo tipo de empresa. Temos feito trabalho intenso de redução de taxas e alongamento do prazo”, sustenta Santiago. Sobre os juros, aliás, o presidente projeta novas quedas nas taxas  – embora mais tímidas do que o governo federal gostaria. “Esse processo é lento e gradual. O mercado vai se adequando à realidade. A gente vê que baixaram as taxas, mas em especial para pessoa física e, mesmo assim, em um patamar tímido, somente em alguns produtos. Na média do recurso concedido, a taxa média ainda não baixou tanto quanto deveria”, avalia.

Microempresários informais
O setor de microcrédito tem recebido bastante atenção do Badesc – principalmente  os microempresários informais, que já representam cerca de 70% do crédito concedido ao setor. São valores pequenos – entre R$ 2 mil e R$ 15 mil – repassados por meio das 19 Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) existentes em Santa Catarina. “Pode parecer pouco no geral da economia, mas para essas pessoas faz toda a diferença. Com trabalho e criatividade conseguem transformar suas vidas. É um efeito bonito do microcrédito”, acredita Santiago.


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