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Darci Costa |
Junto ao sócio Alberto Fermiano, Darci Costa conseguiu manter o Art 7, localizada no antigo prédio da prefeitura de Florianópolis (hoje sede do Badesc), funcionando contra todas as adversidades. Hoje, o aposentado de 85 anos continua trabalhando pela disseminação das obras cinematográficas. Tanto que, com a participação de amigos, volta a montar sessões de clássicos do cinema. Dessa vez, a cada 15 dias, na sala de exibição da Fundação Badesc.
Em duas terças-feiras de cada mês, sempre às 19h, será realizada a sessão Art 7. Nesta terça-feira, ela será inaugurada com a exibição de Amarcord, clássico de Federico Fellini. No dia 20, será a vez de La Luna, de Bernardo Bertolucci.
Darci Costa vive rodeado por cinema. Na verdade, por imagens cinematográficas. As paredes de sua casa que não estão escondidas atrás das estantes onde repousam mais de 3 mil DVDs, são ocupadas por pôsteres de filmes e painéis montados artesanalmente. Um deles tem destaque especial. É o da obra Z, filme de Costa-Gavras que sempre foi popular entre os cineclubistas. E, por este motivo, selecionado para abrir os trabalhos do Art 7, em 1986. Sem o pôster real do longa-metragem para exibir na sala, Darci foi criativo.
— Só a parte da letra Z era a original, Peguei várias fotos do Yves Montand, de filmes diferentes, e montei sobre um fundo preto — explica.
A empolgação e a energia era imensa, mas nem sempre eram recompensadas. A frequência , segundo ele, "não era convidativa". Filmes de qualidade eram exibidos para uma plateia de apenas cinco pessoas.
— Muitas vezes, o filme não rendia e eu tinha que pagar a fatura de qualquer jeito, do meu bolso — recorda.
O que sobrou está num dos quartos das casas: o maquinário de projeção, desmontado mas limpo, como se estivesse esperando para voltar à ativa. As estantes de DVDs mostram um pouco da preferência pessoal de Costa. Há centenas de clássicos de todos os gêneros, mas musicais e westerns são os preferidos. Isso, desde o tempo em que era um menino de 10 anos e frequentava o Cine Palace, na esquina das ruas Arcipreste Paiva e Tenente Silveira, e o Imperial, na época localizado à Rua Felipe Schmidt.
Com os cinemas restritos aos shoppings, ao Centro Integrado de Cultura (CIC) e ao Paradigma, na SC-401, ficou difícil para Darci frequentar cotidianamente as salas de exibição da Capital. Quando vai, é para assistir filmes de impacto. Os últimos que assistiu foram Avatar ("me impressionou muito") e Bastardos Inglórios — curiosamente, um daqueles filmes de "caras em uma difícil missão na Segunda Guerra", homenagem de Quentin Tarantino a um subgênero que fez escola nos tempos da velha Hollywood. Mas a referência continua a ser os momentos brilhantes do passado.
Assim, as atenções de Darci Costa estão voltadas ao filme que escolheu para exibir no dia 17 de abril na Sessão Art 7: O Picolino, musical célebre que tem como ator principal Fred Astaire, no auge da forma. Darci volta a dividir sua paixão pelo cinema com os demais cinéfilos, algo que fez com alegria, por 11 anos.
DIÁRIO CATARINENSE
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