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José Álvaro Cardoso |
Como o crescimento se mantém fraco há vários trimestres, o cenário mundial não sinaliza para problemas de choques de oferta e o preço das commodities vem caindo, as condições para a redução dos juros são extremamente favoráveis. As turbulências nos mercados internacionais, somadas à queda de juros no Brasil, levaram a uma oportuna desvalorização do real, de forma mais acentuada a partir de março, que colocou o dólar em um novo patamar, de R$ 2,00.
O comportamento da economia brasileira nos primeiros cincos meses do ano projeta um cenário onde dificilmente o país crescerá acima de 3% em 2012, com possibilidade e ficar abaixo desse patamar. A economia estadunidense anda de lado, a crise na Europa parece que não se resolve em menos de três anos, a China desacelera. Resta ao Brasil procurar se posicionar bem nesse meio tempo e apostar no seu mercado interno.
Mas dificilmente a reação do mercado interno será como em 2009/10, porque os brasileiros comprometem hoje uma parcela maior de sua renda com financiamentos. Por outro lado, a situação da indústria é preocupante, com ociosidade elevada de 81,5%(segundo a Confederação Nacional da Indústria).
A desvalorização de 15% do real em relação ao dólar desde fevereiro tem ajudado um pouco a indústria e o desafio é manter o câmbio nesse patamar, ou melhorá-lo. Não há dúvidas de que mudou o "mix" de política econômica no país, com uma histórica redução de juros e uma taxa de câmbio bem mais desvalorizada. Se este novo ambiente macroeconômico tiver consistência, isto é, se tiver vindo para ficar, a taxa de investimentos na economia deverá aumentar, acelerando o ritmo de crescimento do PIB.
Fonte: economiasc.com.br
11.06.2012
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